terça-feira, 15 de abril de 2014


ESCOLA NORMAL

MARIA

FERNANDA ANTUNES DE QUEIROZ MORAIS - a entrevistada de hoje, ainda permanece na ativa, sendo Diretora da E.M. Mestre Tonico, cujo cinquentenário está sendo festejado neste mês.

Atuante, moderna, sua Escola participa de todos os acontecimentos educacionais da cidade, sempre com destaque.

 

 

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Entrevistada: Fernanda Antunes de Queiroz Morais

Data: 16/12/2010

 Fui para a Escola Estadual “Francisco Campos” em 1975 para cursar os últimos anos do ensino fundamental.

 Para ingressar na Escola Francisco Campos passei pelo cursinho preparatório das provas de seleção. A professora do cursinho preparatório foi Dona Dalva Machado. Falava muito e gesticulava muito, mas passava alegria e confiança para nós.

 A turma era enorme e as aulas aconteceram num barracão meio aberto que ficava logo após o portãozinho de entrada para o pátio da Escola. A construção era antiga e assentávamos em carteiras de duplas. O calor era enorme, mas me lembro com alegria, pois tinha no cursinho a esperança de entrar para a Escola Estadual “Francisco Campos”. Nas provas passei, em último lugar, 22ª., mas passei.

 Meus professores na 5ª. série foram D. Neusa Graciano, Augusto França, D. Glorinha, D. Elisinha. Minha turma era enorme e ocupava todo o espaço da sala, uma vez que sentávamos em fileiras.

 A sala era ao lado do banheiro feminino que dava para o pátio da Escola. Era a turma B. A turma de alunos que vieram de outras escolas. A turma A era formada de alunos que cursaram os quatro primeiros anos nas Classes Anexas. E as turmas não se misturavam. Havia na turma alunos humildes, mas nunca negros. Não me lembro de nenhum.

 As aulas de que mais gostava era Educação Física, com Noêmia Ribeiro. Como não havia na Escola onde fiz o primário, achava o máximo. Com aquelas técnicas diferentes. Achava Noêmia Ribeiro o máximo. Esta me colocou para fazer parte do time de vôlei da Escola. Cheguei a jogar algumas vezes, mas era tímida e não me sobressaía.

 Adorava também ir para a biblioteca. Aquele são enorme, cheio de prateleiras e livros enormes e belos, como a coleção de bordados de capa dura. Adorava conversar com D. Genuína, era brava, mas gostava de conversar com ela. As janelas eram enormes. Havia no canto esquerdo, ao fundo, os livros que não podíamos ler nem folhear, como Jorge Amado, Machado de Assis e outros.

 O salão de cerimônias também que encantava, suas cadeiras eram lindas, os lustres eram maravilhosos. Tudo naquela Escola me encantava. Pois já a conhecia desde pequena, pelas histórias que minha mãe contava.

 Depois, no Curso de Magistério, passei a gostar mais ainda da Escola, pois minha prima Lygia e Tia Altina me encantavam com suas histórias.

 Após concluir a 8ª. série não queria fazer o magistério, sob o científico. Mas mamãe insistiu tanto que fiz o Curso de Magistério. Minha turma era

novamente enorme. Dessa vez toda misturada, com todas as classes sociais, menos alunos da cor negra. O Magistério foi ainda melhor que o ginásio. D. Dalva Machado foi novamente minha professora, gostava dela. Gostava de todas: Maria Helena Ribeiro, Carmen, Clarinda. No magistério a disciplina era mais livre. Nada sem abusos, liberdade e alegria com respeito.

 No Curso Científico, Dr. Augusto chamava atenção. Suas aulas eram interessantes e atraentes.

 Carmen Esselin era bravíssima, mas passava muita segurança no conteúdo, e passei a gostar de Português. Tenho ótimas lembranças de todos, mesmo João Batista, que me aterrorizava com a matemática. Mas o admirava como professor e detentor de grande conhecimento matemático. Sua letra era lindíssima, gostava de usar várias cores de giz, e bordar nas letras no quadro.

 Lembro-me com alegria de todo o meu percurso como aluna.

 Outra coisa que me chamava muita atenção eram as portas dos banheiros, achava o máximo. A escada para o 2º. piso era maravilhosa. Gostava de estar no recinto escolar da Escola “Francisco Campos”, e fazer parte das histórias que ouvia desde criança.

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