Escola Normal
Maria
Sempre que
leio biografias de pessoas que vieram de outras cidades – e aqui se fixaram-
para promoverem o crescimento de Dores do Indaiá, fico emocionada.
Por
exemplo, Mestre Tonico, os pais de Mestre Tonico vieram de Curvelo e aqui
criaram raízes. Família culta, só nos deixou legados que os engrandecem.
Leiam a
Biografia de ANTÔNIO NELSON DE MOURA, e agradeçam por toda a herança que nos
deixou, incllusive seus descendentes e sua obra. Entre suas peças musicais,
está o Hino à Escola que, hoje ainda, é cantado e lembrado com lágrimas nos
olhos.
Sabe? Não é por nada... Eu não escrevi o Hino, eu não
tenho dotes musicais.
Mas...em
1963, eu era professora do segundo ano primário, nas Classes Anexas e havia uma
UNIDADE DE ESTUDOS que pedia para estudarmos o nosso Município, suas riquezas
culturais, naturais, artísticas.
Fui em busca das riquezas. Pensei: Esta
Escola deve ter um hino, tão
importante, deve ter...
Pergunto
daqui, pergunto dali... e cheguei à Carmem Fiúza, Professora de Música, que me
falou do hino, já esquecido das novas gerações.... De lá, bati à porta de D. Sílvia Moura, e pedi
para ela me passar tudo sobre o autor do Hino Ela não só me passou a letra,
como me ensinou a música: todos os dias eu ia a sua casa, pertinho da minha e
ela – com quem eu já cantava no Coro da Matriz – me ensinou, batendo compasso,
exigindo, ensinado. Depois, ensaiamos, eu e o Lino Santos, em casa dela...Eram
momentos lindos, emocionantes. Passei o Hino pra meus alunos, para as minhas
alunas do Magistério (eu lecionei Didática também...)
Aí está
ele, fazendo a alegria de gerações.
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Pode não
precisar de eu ficar metidinha...Mas,
fui eu quem resgatei o belo hino de nossa Escola e hoje ele faz parte de nossa
vida...
Além da
memória de Mestre Tonico, resgatei nomes já esquecidos da históira e outros que
estavam surgindo: Emílio Moura, Carminha Goouthier, José Oswaldo de Araújo,
Genuína Pinheiro )(cantora lírica), Juca Bernardes e José de Oliveira Bernardes,
Caio Chagas, Luís Melgaço, Tonico Caetano, Stella Maris Rezende, José Ribeiro
Machado, Eneida Millet, Dr. Di, Dácio Chagas, Leonardo Motta, Corsino Pedro da
Silva, Aspásia Ayer, Rubens Fiúza, Antônio Carlos Corrêa,José Hipólito M. Faria,
a Família Lamounier, Clara Oliveira,Ronaldo Salviano, José Lino, Ricardo
Arnaldo, Lino Santos, Waldemar A. Barbosa e muita gente que vive as ARTES .(Todos
eles foram resgatados para a coluna que mantive nos jornais: NOSSOS POETAS.
Hoje, temos o Ricardo Costa, o Marlon e vários nomes nos Esportes .
Já é
preciso fazer novo levantamento...Passo o bastão aos professores mais jovens...
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Dores do
Indaiá, 17 de abril de 2014.
BIOGRAFIA
Antônio
Nelson de Moura nasceu a 3 de novembro de 1874. Natural de Curvelo (MG), era
filho de Marciano Augusto de Moura e Bárbara Maria de Moura. Era ainda criança
quando seus pais transferiram residência para Dores do Indaiá.
Fez os
estudos relativos ao curso primário sob a orientação de sua irmã D. Maria
Argentina de Moura e o curso secundário na Escola Normal de Uberaba.
Ainda recém
formado, dedicou-se ao magistério nesta cidade.
Em 21 de
setembro de 1898, casou-se com D. Teodora de Araújo Moura, e dessa união
nasceram 11 filhos.
Na sua
missão de mestre, assumiu inicialmente a regência das Escolas Reunidas Locais,
quando teve a oportunidade de contar entre seus alunos, cuja cultura e dons
intelectuais constituem hoje motivo de orgulho para Dores do Indaiá, tais como:
Dr. Francisco Campos e Dr. José Osvaldo de Araújo.
De 1918 a
1921, exerceu a função de diretor do Grupo Escolar da vizinha cidade de São
Gotardo. No ano seguinte, com a instalação do Grupo Escolar “Dr. Zacarias”,
nesta cidade, foi ele nomeado diretor do estabelecimento, cargo que ocupou até
a data da sua aposentadoria, quando contava então, 35 anos de efetivo
exercício.
Ocupou,
ainda, por algum tempo, a cadeira de Português da Escola Normal “Francisco
Campos”. Os seus métodos e processos de ensino eram tão intuitivos e eficientes
que, apesar de desconhecer as exigências da Pedagogia moderna, obteve o 1º
prêmio num concurso promovido pela Revista do Ensino, em maio de 1929, sobre a
metodologia do ditado.
Sua família
conserva ainda uma cópia do original premiado.
Antônio
Nelson de Moura sempre se dedicou, em casa, a aulas particulares de música,
arte que soube cultivar com muito carinho e em que sempre se distinguiu. Aliás,
valendo-se das suas aptidões para a música, prestou todo o apoio e a máxima
dedicação ao setor artístico em Dores do Indaiá.
Assim,
regeu, durante longos anos, a tradicional Banda de Música “Santa Cecília”, para
cuja eficiência ele mesmo se encarregou de instruir e formar os músicos.
Inúmeras peças que ainda hoje figuram no arquivo da referida corporação musical
foram, com as respectivas orquestrações, compostas por ele, como sejam: marchas
militares, dobrados, marchas fúnebres e outras.
São também
de sua autoria diversas músicas que fazem parte do repertório do Côro do
Santuário, dentre as quais se destacam “Hino a Nossa
Senhora das
Dores”, “Virgem da Conceição”, cânticos apropriados à coroação de Nossa Senhora
e outras.
Compôs
inúmeros tangos,marchas e valsas,canções tais como: “Excelsa Bondade”,
“Márcia”, “Flor Quaresmal”, “Jabuticabeiras em Flor”, “Minha Esposa”, “A Prece”
e hinos dedicados ao Grupo Escolar “Dr. Zacarias” e à Escola Normal.
Fez parte
ainda de uma orquestra selecionada que atuou no “Cine Dorense”, durante alguns
anos.
Teve as
suas vistas voltadas também para o campo literário e a poesia. Os jornais
locais traziam sempre a sua colaboração semanal, em prosa ou em verso, algumas
com apreciada veia de humorismo.
Em resumo,
Antônio Nelson de Moura atuou como jornalista, poeta e músico e soube exercer
verdadeiro apostolado no setor educacional de Dores do Indaiá, nele consumindo
o melhor de suas energias, não poupando esforços em prol do melhoramento
intelectual, social e moral das crianças e jovens confiados à sua orientação.
Deus o
chamou ao repouso eterno no dia 28 de julho de 1934.
(Transcrito
do acervo documental da escola datado de 21/6/1964 – Texto escrito por
sua filha Silvia Moura Soares)
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Hino da Escola
Estadual Francisco Campos
Nossa Escola
(Marcha
e letra de Antônio Nelson de Moura – 25/06/1931)
Em
nossos lares, quando o dia vem,
Uma
oficina de trabalho estua,
Mas
sem rumor; nenhum ruído tem,
Silente
e calma, não ressoa à rua.
Borrachas,
lápis, penas – são o malho;
Cadernos,
livros e o papel – bigorna:
E,
nesta faina, em juvenil trabalho,
A
vida moça mais feliz se torna!
Que
ventura!
Como
é bom!
Que
ternura
Deste
dom;
De
vivermos a sentir
A
esperança no porvir!...
Que
ventura!
Como
é bom!
Que
ternura
Deste
dom:
Talentos
vê a flux!
Das
trevas nasce a luz!
Feliz
um pai que os filhos vê, contente,
Brilhar
na escola, nas ações,em tudo;
No
seu futuro, em sonhos bons, pressente
A
messe farta que lhes vem do estudo.
Felizes
somos, realizando anseios,
Por
nos dotarem de tão bela escola;
Da
gente pobre,a quem falecem meios,
A
flor da mente já não mais se estiola!
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Dores
do Indaiá, 17 de abril de 2014.
Que barato esse meu Bisavô! Será que alguém tem essas partituras para me mostrar?
ResponderExcluirSou bisneto do José Americano Brasileiro de Moura irmão mais velho do Mestre Tonico. Gostaria muito de contato com familares do Mestre.
ResponderExcluirContato: José Augusto Rubim de Moura. jrubim@terra.com.br
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