segunda-feira, 14 de abril de 2014


ESCOLA NORMAL

Maria

 

Laura Maria de Assunção, -  descendente de famílias que nos deram grandes  professores,- é filha de Thiago Faria(in memoriam) e Francisca  Azevedo de Faria, a D. Quitinha .

 Com seu jeito peculiar de ser, é a entrevistada de hoje.

Grande personalidade nas respostas!

Vejam como sua atuação no corpo docente da Escola deixou marcas na formação dos  alunos. Fez história com seu jeito sincero,  com sua disciplina no trabalho, com seu amor à profissão.
 
 

Nome do(a) entrevistado(a): Laura Maria de Assunção. 

Data da entrevista:  22 de julho de 2010

1 – Em que período você estudou na Escola Normal?

Estudei na Escola Normal no período de 1962 a 1964.

2 – Lembra-se dos nomes dos Professores?   

Sim. D. Aparecida França, João Neves, D. Carminha Machado (que saudade! Como aprendi a manusear agulhas. Desenho? Nem tanto!), Dr. José Morais, Dr. Augusto Mello, Padre Miranda, D. Silvia Moura, D. Silvinha Morais, Ornélia, Pedico (Meu Deus!!!), D. Inês Mello, D. Heleninha, Prof. Leonardo Vasconcelos, Olga Nogueira (biblioteca), D. Aurora Teles, D. Carmen Fiúza.

3 – Como era a disciplina?

Quase militar. Esperávamos os professores dentro da sala, de pé e em silêncio. Havia respeito de ambas as partes. Éramos muito patrulhadas.

4 – Você era interna/externa?

Externa.

5 – Lembra-se, ou teve notícias do terrível incêndio do Internato?

Sim. Era ainda criança, morava em Ibiá. Minhas tias chegaram lá contando o alvoroço que foi.

6 – Havia alunos de todas as classes sociais na Escola? E de raças diferentes?

Sim. Sim.

7 – Como eram admitidos os alunos na Escola Normal?

Através de uma prova de seleção, português e matemática.

8 – Conte detalhes de sua vida escolar: colegas, uniformes, aulas de Educação Física, teatros.

- Colegas: adorava a escola, quanto às colegas, sempre amigas.

- Uniforme: saia azul-marinho de casimira pregueada, com um macho na parte da frente, 4 dedos abaixo dos joelhos, blusa branca com mangas compridas, cabeção e gravatinha azul-marinho com detalhes de cadarço branco. Na gravatinha uma tirinha verde (Curso Normal) ou vermelha (Ginásio). O número de tirinhas de acordo com a série. Na blusa havia 6 botões brancos que abotoavam no cós da saia, prender prá quê, se éramos obrigadas a usar combinação? Fiscalizadas por Veva, Landa Pires e D. Cacilda Pires.

Uniforme impecável, bem ao pé da letra. UNIFORME! FARDA e VESTIR A CAMISA – orgulho. Entrar em qualquer lugar de uniforme? No bar? Nem pensar.

- Aulas de Educação Física: Professora D. Aurora Teles, simpaticíssima. Uniforme branco, de brim, tipo fofoca. Um horror. Fazíamos ginástica, jogávamos queimada ou vôlei. Aulas práticas e teóricas.

- Teatros: não me lembro de teatros na Escola.

9 – A Escola representava que papel na Sociedade?

Educação, lugar onde buscávamos ensinamentos e uma preparação mais voltada para o magistério. Creio também que reforçava os bons princípios que já tínhamos.

10 – Um diploma de Normalista tinha significado diferente do de hoje? Por quê?

Completamente. No meu tempo (62 a 64) só havia na Escola o 2º. Grau preparando normalistas. A preparação era levada a sério, com ou sem aptidão.

Não sei onde arrebentou um “elo”. Apesar de ser aposentada, até hoje guardo tudo que aprendi em Didática e Psicologia. Ainda leciono e sinto certa dificuldade em trabalhar o interesse, o respeito. Acredite, D. Branca, até aqueles  princípios básicos, aqueles do berço.

 Por quê? Será que o Magistério está desvalorizado, desestimulado devido à remuneração?

Não sei se posso falar..., mas o Magistério está nas mãos daqueles que não conseguiram fazer outros cursos.

Ainda acho que o Curso de Magistério tem que ser preparado desde

cedo.

....................................................................................................
Dores do Indaiá, 14 d

Nenhum comentário:

Postar um comentário