ESCOLA NORMAL
Maria
Laura Maria de Assunção, - descendente de famílias que nos deram grandes professores,- é filha de Thiago Faria(in memoriam) e Francisca Azevedo de Faria, a D. Quitinha .
Com seu jeito peculiar de ser, é a entrevistada de hoje.
Grande personalidade nas respostas!
Vejam como sua atuação no corpo
docente da Escola deixou marcas na formação dos alunos. Fez história com seu jeito sincero, com sua disciplina no trabalho, com seu amor à profissão.
Nome do(a) entrevistado(a): Laura Maria de Assunção.
Data
da entrevista: 22 de julho de 2010
1
– Em que período você estudou na Escola Normal?
Estudei
na Escola Normal no período de 1962 a 1964.
2
– Lembra-se dos nomes dos Professores?
Sim.
D. Aparecida França, João Neves, D. Carminha Machado (que saudade! Como aprendi
a manusear agulhas. Desenho? Nem tanto!), Dr. José Morais, Dr. Augusto Mello,
Padre Miranda, D. Silvia Moura, D. Silvinha Morais, Ornélia, Pedico (Meu
Deus!!!), D. Inês Mello, D. Heleninha, Prof. Leonardo Vasconcelos, Olga
Nogueira (biblioteca), D. Aurora Teles, D. Carmen Fiúza.
3
– Como era a disciplina?
Quase
militar. Esperávamos os professores dentro da sala, de pé e em silêncio. Havia
respeito de ambas as partes. Éramos muito patrulhadas.
4
– Você era interna/externa?
Externa.
5
– Lembra-se, ou teve notícias do terrível incêndio do Internato?
Sim.
Era ainda criança, morava em Ibiá. Minhas tias chegaram lá contando o alvoroço
que foi.
6
– Havia alunos de todas as classes sociais na Escola? E de raças diferentes?
Sim.
Sim.
7
– Como eram admitidos os alunos na Escola Normal?
Através
de uma prova de seleção, português e matemática.
8
– Conte detalhes de sua vida escolar: colegas, uniformes, aulas de Educação
Física, teatros.
-
Colegas: adorava a escola, quanto às colegas, sempre amigas.
-
Uniforme: saia azul-marinho de casimira pregueada, com um macho na parte da
frente, 4 dedos abaixo dos joelhos, blusa branca com mangas compridas, cabeção
e gravatinha azul-marinho com detalhes de cadarço branco. Na gravatinha uma
tirinha verde (Curso Normal) ou vermelha (Ginásio). O número de tirinhas de
acordo com a série. Na blusa havia 6 botões brancos que abotoavam no cós da
saia, prender prá quê, se éramos obrigadas a usar combinação? Fiscalizadas por
Veva, Landa Pires e D. Cacilda Pires.
Uniforme
impecável, bem ao pé da letra. UNIFORME! FARDA e VESTIR A CAMISA – orgulho.
Entrar em qualquer lugar de uniforme? No bar? Nem pensar.
-
Aulas de Educação Física: Professora D. Aurora Teles, simpaticíssima. Uniforme
branco, de brim, tipo fofoca. Um horror. Fazíamos ginástica, jogávamos queimada
ou vôlei. Aulas práticas e teóricas.
-
Teatros: não me lembro de teatros na Escola.
9
– A Escola representava que papel na Sociedade?
Educação,
lugar onde buscávamos ensinamentos e uma preparação mais voltada para o
magistério. Creio também que reforçava os bons princípios que já tínhamos.
10
– Um diploma de Normalista tinha significado diferente do de hoje? Por quê?
Completamente.
No meu tempo (62 a 64) só havia na Escola o 2º. Grau preparando normalistas. A
preparação era levada a sério, com ou sem aptidão.
Não
sei onde arrebentou um “elo”. Apesar de ser aposentada, até hoje guardo tudo
que aprendi em Didática e Psicologia. Ainda leciono e sinto certa dificuldade
em trabalhar o interesse, o respeito. Acredite, D. Branca, até aqueles princípios básicos, aqueles do berço.
Por quê? Será que o Magistério está
desvalorizado, desestimulado devido à remuneração?
Não sei se posso
falar..., mas o Magistério está nas mãos daqueles que não conseguiram fazer
outros cursos.
Ainda
acho que o Curso de Magistério tem que ser preparado desde
cedo.
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Dores do Indaiá, 14 d
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