ESCOLA NORMAL
MARIA
Uma das mais queridas amigas, OLINDA SILVA DE MORAIS a Ilza- outra peça -chave da família do Sô Octávio Silva e de D. Terezinha Silva lá de Estrela do Indaiá.
Como defini-la? Pureza, candura, um certo ar infantil que a torna especial, que a torna inesquecível...
Convivi com ela, sempre, sempre, em Estrela, aqui em Dores, onde trabalhamos juntas na Escola Normal -ela foi Secretária por muitos anos, com aquela letra linda, aquela delicadeza - uma dama!
Todos mundo se lembra dela no tempo de estudante, tanta alegria ela causava por onde passava.
Casou-se com o Sr. Rafael Morais, funcionário do B. Brasil falecido bem cedo-, deixando lembranças e saudades.
Ilza é como eu: ganhou um apelido ao nascer e ninguém a conhece pelo nome oficial OLINDA...
Se bem que, Ilza é linda mesmo, cheia de luz e de graça.
Hoje ela reside em Belo Horizonte, mas mantém casa e sítio aqui, onde coloca as saudades em dia.
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Vejam a sua entrevista:
Branca querida,
Estou “morta” de vergonha pela falta que cometi com você.
Assim que recebi seu papel respondi quase tudo e fiz uma porção de
viagens: Brasília, Estrela, Dores.
Aí me esqueci no princípio e depois achei que já era tarde para
responder.
Ontem Altina Lúcia me disse que ainda havia tempo, então resolvi
mandar.
Me perdoe...
Não sei se respondi tudo. Na próxima semana irei aí e vou visita-la.
Não sei se mandei o papel para todas as filhas. Irei saber sobre isto.
Um grande abraço da amiga
Ilza
Nome do(a) entrevistado(a): OLINDA SILVA DE MORAIS (ILZA)
Data: 23/09/2011
1 – Em que período você estudou na Escola Normal?
Estudei na Escola Normal em 1948, 49, 50, 51 – quatro anos, no Curso
Ginasial e em 1952, 53 e 54 no Curso de Formação de Professora.
2 – Lembra-se dos nomes dos Professores?
Meus professores eram:
D. Adélia de Oliveira – Matemática 1º. Grau
José Carvalho – Francês
Leonardo – Latim
Inglês – não sei se foi Prof. José Carvalho
D. Helena Guimarães – Desenho e Trabalhos Manuais
Aparecida França – Português
Sílvia Moura – Sociologia e Ciências
D. Heleninha – Metodologia do Ensino
João Neves – Matemática 2º. Grau
D. Rosa Moura – História 1º. Grau
Sr. Waldemar Barbosa – Geografia
Jalma Costa – Educação Física
D. Cenira – não estou me lembrando qual a matéria que ela lecionava.
3 – Como era a disciplina?
A disciplina era boa. Respeitávamos os professores e inspetoras.
4 – Você era interna/externa?
Estudei os 4 primeiros anos externa e os 3 últimos interna.
5 – Se foi interna, como era a vida no Internato São José?
Amei a vida no Internato. A missa todas as manhãs, as horas de estudo, as
refeições. Foi lá que aprendi a comer de tudo (em casa a gente escolhe muito).
Os banhos eram 3 por semana porque havia muita falta de água.
Nos recreios, no pátio não podíamos andar só com uma mesma colega, tínhamos
que variar.
Havia uma das meninas, minha conterrânea, que sonhava com viagens
.
Nos recreios fazíamos uma roda para ouvi-la cantar, descrever, como se fosse
de verdade (só eu sabia que não era) as viagens pelo Brasil que ela realizava.
Maravilhosas! Eu não a desmentia nunca.
Aos domingos à tarde, desfilávamos pela “Rua 15” e os dorenses gostavam de
nos ver passar, principalmente os mocinhos, os fãs.
6 – Quais eram as freiras de seu tempo?
As freiras do meu tempo eram: Irmã Maria Mota, a Superiora; Irmã Vicência,
Irmã Maria José, todas educadas, compreensivas, gente fina.
7 – Lembra-se, ou teve notícias do terrível incêndio do Internato?
Lembro-me do incêndio. Eu já havia me formado e morava em Estrela do Indaiá.
8 – Havia alunos de todas as classes sociais na Escola? E de raças
diferentes?
No meu tempo havia alunas de todas as classes socais.
9 – Como eram admitidos os alunos na Escola Normal?
Éramos admitidos na Escola depois do Exame de Admissão, uma espécie de
vestibular apertado, supervisionado por uma inspetora muito enérgica, residente
em Bom Despacho, D. Odete (não sei se era inspetora mesmo).
10 – Conte detalhes de sua vida escolar: colegas, uniformes, aulas de
Educação Física, teatros.
Se eu fosse escrever sobre minha vida escolar... tinha muito o que dizer.
Resumindo: esses 7 anos fazem parte das melhores fases de minha vida. Os
teatros que organizávamos (eu era uma das artistas cômicas). A preparação e
realização do desfile de 7 de Setembro, com tanto entusiasmo! – O vôlei
treinado nas aulas de Educação Física e às vezes aos sábados.
11 – A Escola representava que papel na Sociedade?
A Escola representava um papel importante na sociedade.
12 – Um diploma de Normalista tinha significado diferente do de hoje? Por
quê?
O diploma de Normalista tinha um significado diferente do de hoje. Na época,
lá, era o curso mais importante que podíamos fazer.
13 – Fale sobre recreios, aulas diferentes, alunas-mestras, auditórios,
teatrinhos, merendas, Horas cívicas, aulas na Biblioteca, desfiles nas
comemorações, enfim, relate fatos – de qualquer natureza – que você presenciou,
viveu ou observou. Esses fatos podem fazer parte de uma história diferenciada
sobre o ensino de uma época.
Sobre esta pergunta, resta-me falar sobre as aulas na Biblioteca, que eu
amava. Li demais por lá. Mas às vezes eu e minha colega mais chegada (Ailma)
começávamos a rir como “bobo alegre”.
Jandira Morais, outra colega, às vezes tirava o sapato enquanto lia.
Um dia resolvi escondê-los. Passei aperto porque ela era muito séria e até
D. Ester foi chamada.
Estava me esquecendo de falar sobre D. Ester, a Diretora. Figura nobre,
admirada e muito respeitada.
Enfim, tudo o que sou hoje, em termos de cultura, agradeço à Escola Normal.
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Dores do Indaiá, 17 de abril de 2014
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