ESCOLA NORMAL
Entrevista de Hoje: NORMA ASSUNÇÃO.
Sempre gostei do nome dela – e, também sempre
a achei muito bonita, muito clarinha, parecendo uma boneca.
Depois, aprendi a admirá-la pelo seu trabalho
como professora – sempre ouvia ótimos comentários sobre suas aulas.
Matei a vontade de conhecê-la! E, vocês,
leitores, poderão saber mais sobre a história de nossa Escola Normal.
Aproveitem!
Maria.
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Belo Horizonte, 14 de janeiro de 2011
Prezada Branca,
Recebi com interesse e respondo, com carinho, ao
questionário sobre a Educação em Dores do Indaiá.
Parabéns a você e ao grupo de educadores que realizam esse
importante trabalho!
Apesar do tempo passado, não me esqueci da boa fase em que
participei do movimento escolar dorense.
Tenho boas recordações e agradeço por se lembrarem de mim.
Espero ter colaborado de alguma forma.
Lembro-me de você, garota ainda na Escola Normal. Posteriormente
li algumas crônicas suas no “Liberal”, emprestadas por nossa saudosa Letícia.
Li também e gostei muito de seu livro “Água Doce”, pela delicadeza e
espontaneidade de seu estilo.
Espero conhecer outras obras suas.
Um abraço amigo e votos de feliz 2011.
Norma Assunção.
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ENTREVISTADA: Professora Norma Assunção – dezembro/2010
Fui aluna da Escola Normal Dr. Francisco Campos nos seguintes períodos:
Curso Normal 1º. Grau – 1942 a 1944
Curso Aplicação 2º. Grau – 1945 e 1946
Respostas às perguntas feitas:
1 – Qual a matéria que você lecionava? Em que ano? Curso?
Trabalhei
como professora nas Classes Anexas à Escola Normal Francisco Campos de 1947 a 1953 e de
1958 a 1960.
Como
professora de Português, lecionei para o Curso de Admissão ao Normal, em 1945 e
1946.
Substituições
na referida matéria – Curso Normal.
2
– O Professor era bem remunerado em sua época?
Melhor
que nos dias atuais, considerando o valor e respeito à classe.
3
– Como o Professor era admitido à docência?
Por
concurso público.
4
– Quem era o(a) Diretor(a)?
Professor
Anselmo Barreto e Professora Ester Alves.
5
– Quem era os(as) Inspetoras de Ensino?
D.
Odete Tavares e outros, designados pela Secretaria de Educação.
6
– Havia Cursos para os Professores se reciclarem? Onde? Quem os custeava?
Sim.
Em Belo Horizonte, no Instituo de Educação, promovido pela Secretaria de
Educação.
7
– Como a disciplina era mantida?
Aulas
interessantes, bom relacionamento e respeito mútuo.
8
– Quais as matérias formavam o Currículo?
Português,
Matemática, Ciências Físicas e Naturais, Geografia, História, Educação Física,
Canto e Música e Trabalhos Manuais.
9
– Os pais participavam da vida escolar dos filhos? Como?
Sim,
nas reuniões, festas comemorativas e exposições de trabalhos.
10
– Qual era a função social do Professor naquela época?
Educação
integral, valorizar o social e moral na escola, família e sociedade.
11
– Como o trabalho do Professor era visto pela sociedade?
Como
fator de enriquecimento cultural, ligando a escola à sociedade.
12
– Havia jornais editados pela Escola?
Tínhamos
o jornal de classe, artesanal. Era bom estímulo para os alunos.
13
– Havia salas-ambiente para algumas matérias: Música, Geografia, Área de Ciências
e um galpão equipado para as aulas de Educação Física. Fale sobre eles, sobre
sua importância no aprendizado.
Sim.
Salas ambientes bem cuidadas, com ótimo material ilustrativo.
Música
e Canto, com piano.
Geografia
e História: mapas, cartazes, globos, planetário, ciências com laboratórios de
física, química e biologia.
Galpão
equipado para aulas de Educação Física, quadra de esportes e time de vôlei.
Biblioteca
rica em obras literárias e educativas.
Todo
esse material didático e esportivo, contribuía para maior aproveitamento e
aprendizado.
14
– Como era o Museu? Ele fazia parte específica das aulas ministradas?
Museu
bem organizado, sempre à disposição de professores e alunos, animais
embalsamados, cartazes ilustrando e completando a matéria ensinada.
15
– Você tinha colegas de trabalho vindos de outras cidades? Quais eram eles? Que
matéria lecionavam?
Nosso
Diretora e Professora de Metodologia era de Ouro Preto, D. Ester Alves.
Professor
de Matemática, João Neves, também era de Ouro Preto.
Diretor
e Professor de Sociologia, Leonardo Mota Vasconcelos, era cearense.
Não,
tínhamos alunos de várias cidades e classes sociais.
Vinham
alunos de Abaeté, Bom Despacho, Luz, Estrela, São Gotardo e Campos Altos.
Havia
pensionato e internato para as alunas de fora, sob a direção das Irmãs
Vicentinas.
16
– Como era a vida social da cidade naquele tempo?
Bastante
animada, com influência dos estabelecimentos de ensino, da Igreja e do
comércio.
17
– A Escola era elitista àquela época?
Através
de provas de capacitação e do currículo escolar apresentado.
18
– Havia acesso de alunos de todas as classes sociais à escola?
Sim,
desde que apresentassem os itens exigidos.
19
– Havia elitismo de raça, religião, etnia àquele tempo?
Não.
20
– O Professor era bem remunerado em sua época?
A
remuneração sempre deixou a desejar, porque Educação e Cultura nunca foram
metas importantes para os governantes.
21
– Como o Professor era admitido à docência? E o Diretor?
O
professor, por concurso público e currículo apresentado.
22
– Havia avaliação para o trabalho do Professor?
Sim, através de relatórios discutidos em reuniões.
23
– Qual era o papel da Escola na Sociedade?
Educar
integralmente, procurando entrosamento entre escola, família e sociedade.
24
– Omiti alguma questão educacional que você julga importante para ser citada?
Qual?
Não,
achei seu questionário bem elaborado.
25
– Relate fatos interessantes sobre a vida da Escola naquele tempo (perdas,
fatos pitorescos, relevante, únicos, vanguardistas, culturais, hilariantes,
prêmios, repercussão na cidade/estado/país, tudo o que julgar importante para
que o perfil de nossa Escola seja o mais fiel possível à sua importância).
A
Escola Normal participada da vida social da cidade, com suas festas
comemorativas: desfile de Sete de Setembro – Dia da Pátria.
Festa
junina, com participação das famílias, marcação de quadrilha, baile, etc.
Festa
da Primavera, Formatura, todas com muita animação. Eram orientadas pelos
professores, a diretoria e a professora de Educação Física, Jalma Costa.
Tivemos
ótimos professores dorenses: D. Sylvia Moura Soares – Psicologia – Biologia e
Higiene (Curso de Aplicação).
Professor
Waldemar de Almeida Barbosa – Geografia e História – com suas aulas interessantes
e bem humoradas.
Maria
Aparecida França Teles – Português
Maria
Helena Fiúza Guimarães – Metodologia e Prática de Ensino. Foi também nossa
diretora, nas Classes Anexas.
Nosso
aplauso eterno ao Dr. Francisco Campos, então Ministro da Educação, ESCOLA NORMAL
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