segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014




NOSSOS POETAS
O LIBERAL – OUTUBRO DE 1995.
MARIA
FÁBIO NELSON FIÚZA –
 RICARDO DEFFEO FIÚZA
 
No próximo dia 27 , quinta-feira, é o aniversário do Dr. Fábio, a quem prestamos nossas homenagens e nossa gratidão por tudo que ele faz por Dores do Indaiá.
Claro, estendemos nossa homenagem ao Ricardo – seu filho –que, também, nos orgulha muito por ter o dom da música e mostrá-la ao mundo. É Dores do Indaiá sendo notada por motivos positivos!!
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        Nenhum  dos dois homenageados  de hoje escreve poesias.
Eles são poetas através da MÚSICA, através dos sons. Porque, há muitas maneiras de se viver a poesia, como já falamos. Uns escrevem, transmitem a poesia  pelas palavras; outros,  pintam,, fazem das cores as palavras que ficam presas lá dentrinho das telas e... da alma. Utros fotografam, captam a poesia nos recantos mais inusitados. Ah, meu Deus, há mil jeitos de se viver a POESIA. É só descobrir com que rosto ela se apresenta na sua vida.  Quem sabe, ela se mostra no canto? Na dança, com os gestos que evocam afagos, que lembram pedaços bonitos das emoções de cada um...
        Pois então. DR FÁBIO NELSON FIÚZA E SEU FILHO, RICARDO DEFFEO FIÚZA, ambos dorenses, estão dentre os poetas que espalham a  poesia através da música. Eles merecem estar na coluna NOSSOS POETAS.
        O Dr. Fábio,  naquela correria toda, em seu consultório, lá na Santa Casa, tem seu  lado poético. Ah, você não sabia? É para isso que nossa coluna está aí: para informar. Valorizar o que é nosso.. Mostrar a poesia, que, por motivos práticos, fica escondida no dia a dia dos artistas. Como o Dr. Fábio que, como médico competente que é, tem lá o seu jeitinho de ser POETA. Vivendo a música. A seu lado, está o filho RICARDO,       que  herdou do pai, o dom dos acordes, da musicalidade.
        FÁBIO NELSON FIÚZA nasceu em Dores do Indaiá, a 27 de fevereiro de 1932. Seus pais, Ricardo Pinto Fiúza Filho e dona Maria da Conceição Moura Fiúza são dorenses de famílias tradicionais em nossa região.
        Pelo lado paterno, o Dr. Fábio herdou a  a musicalidade  dos MELGAÇOS (Luís Melgaço, por exemplo). De verdade, em cada casa de um Melgaço que conheço, alguém toca algum instrumento, ou canta com voz maviosa.
Os mais antigos contam, com saudades, sobre os saraus na casa do Dr. João Joãozinho Chagas e D. Marianinha Guimarães, no caso, uma Melgaço. Ela, ao piano e os filhos se revezando com ela. Falam também da casa dos pais do poeta, EMÍLIO GUIMARÃES MOURA, onde a mãe, D. Cornélia e os filhos, tocavam violão e piano para alegrar as noites de sarau.
        Ah, também o Jadir Melgaço, enamorado do luar dorense! Lícia Lacerda, Edith Chagas, Luís Gonzaga, Jairo Melgaço, e seu irmão, Jarbinhas, autor da música  Água Doce, homônima de meu livro...
        E ainda há a Míriam Machado,  o Luís  Millet, Zé Arinos, e mais um punhado de nomes,  todos da família Melgaço- todos poetas através da música...
        Pelo lado materno, Dr, Fábio vem de um avô compositor e músico notável – o MESTRE TONICO  - Antônio Nelson de Moura. 
        Suas filhas, tias do Dr. Fábio, viviam às voltas com instrumentos musicais. Já sua mãe, dona  Conceição, traduzia romances do francês e solfejava, com grande sensibilidade, as músicas compostas por seu famoso pai. Chegou a iniciar o estudo de piano, para o qual mostrava grande aptidão... Sua filha, Carmem Fiúza, realizou o sonho da mãe. Foi grande pianista e professora de música na Escola Normal, onde se aposentou.Com tudo isso, por tudo isso, não havia MEDICINA que resistisse a tanta cultura, tanta herança genética. Dr. Fábio aprendeu solfejo e a as primeiras noções de música com D. SÍLVIA MOURA SOARES , sua tia, regente do Coro da Matriz.   Ainda criança, tocava violão e gaita. Mais tarde, estudou clarineta com o Sr. Germano da Encarnação (pai do Washington da Encarnação), outro grande músico obscuro de Dores do passado.
        A  Banda de Música fundada por Germano da Encarnação era muito bem organizada , composta por valores jovens, como Zico Rios e seus filhos, Mauro e Ildeu Rios, Antólio, Jadir Melgaço e Fábio Fiúza.
        Dr. Fábio fez o Primário aqui em Dores, e  sua primeira professora foi D. Celina de Moura Carvalho, que lhe ministrava as aulas em casa, (era um costume da época). Os outros anos, cursou no “Zacarias” e no “Ginásio Dorense” Feito  o primeiro grau, foi para o Colégio Estadual de Belo Horizonte, onde havia seleção rigorosa – verdadeiro vestibular.
        Mais tarde, outra grande vitória: conquistou o primeiro lugar geral no VESTIBULAR DE MEDICINA, em 1952. Nesse tempo, cursou Música, até o 5º ano no Conservatório Mineiro de Música, hoje, Escola de Música da UFMG.
        Durante anos, tocou clarineta e saxofone na ORQUESTRA DO DELÊ, ocasião em que a orquestra  vinha animar os bailes no antigo Clube Velho; Dores do Indaiá se encantava com o conjunto musical, por ocasião das festas de formatura, onde as moças dançavam  belas valsas, escondidas em anáguas e anáguas de tule e rendas. Época dourada, quando Dr. Fábio compôs várias peças,  todas desconhecidas do grande público.  Quando Dores do Indaiá terá a honra de conhecê-las?
        Em Belo Horizonte, nosso instrumentista fez parte da Orquestra Sinfônica Mineira, onde mostrava sua versatilidade, tocando oboé. Atualmente, sob as bênçãos de Santa Terezinha do Menino Jesus, - sua Madrinha do Céu e Protetora – Dr. Fábio dedica tempo integral à MEDICINA. É Clínico Geral, Obstetra, Ginecologista, tendo sido agraciado com o DIPLOMA DE MELHOR CIRURGIÃO DO INTERIOR (das Gerais), homenagem prestada por  outros médicos da UFMG, através de uma séria criteriosa pesquisa. Feita em Belo Horizonte.
        Trabalhador incansável, madruga na Santa Casa, onde todos conhecem seu assobio afinado.
        Fez vários cursos no Japão, inclusive usando técnicas de primeiro mundo em suas cirurgias e em seu trabalha.        Dr. Fábio é casado com D. Marina Therezinha Defeo Fiúza, grande dama dorense. Têm quatro filhos: Dr. Fernando, engenheiro da Vale do Rio Doce, casado com Dra. Claúdia; Dr. Álvaro, médico, casado com Kátia,  pais da Izabel. Dr. Marcelo, engenheiro, casado  com Carla e... RICARDO.
 
        RICARDO DEFFEO FIÚZA, o caçula, anda sumido da Dores do Indaiá. À toa não é. Anda pelo mundo todo, vivendo poesia. Através da música...
        Ricardo  ficou em Dores do Indaiá, até completar o primeiro grau,    no “Benjamim Guimarães”,   seguindo pra Belo Horizonte, onde continuou os estudos de música, iniciados aqui em Dores, também, com  D. Sílvia Moura. Nessa ocasião, já tocava Órgão  na igreja e em festinhas de amigos.
        Em Belo Horizonte, teve vários professores particulares de música, onde fez contato com  nomes importantes na área, inclusive,  aperfeiçoou estudos sobre a arte musical de Milton Nascimento.
        Minas Gerais ficou pequena para Ricardo Fiúza...
         Partiu, então, para Paris onde morou por algum tempo, sempre observando a música, estudando, se aperfeiçoando. De França, foi para os Estados Unidos,   onde ficou por um ano, estudando no MUISICANS INSTITUTE, e em Los Angeles, onde aperfeicoou´se em teoria musicasical, harmonia trabalhando, ainda, em conjuntos locais e com cantores americano.
        Atualmente, trabalha na Agência de Propaganda RECK, produzindo jingles,   vinhetas e tudo o mais que se refere à música. E, não fica só nisso, não.Está no LP do Eduardo Delgado – Fábrica de Música – trabalho importante na música mineira,  ao lado de nomes famosos, como Neném, o próprio Eduardo e Kiko. Além do mais, acompanha a cantora Fernanda Abreu, a Fernandinha  da BLITZZ, que está fazendo o maior sucesso com seu disco – DA LATA. Acompanha, também, a bela cantora, PAULA SANTORO, sendo compositor de uma de suas músicas  ( Pena, não descobri o nome da música do Rcardo  neste disco da Paula Santoro – alguém sabe, pra nos contar?)
        Hoje em dia, Ricardo Fiúza, o músico, vive entre vários países, onde fez grande círculo de amigos: Alemanha, Itália, Suiça, . Entre seus amigos, estão: o casal Mauro Mendonça e Rosa Maria Murtinho e seus filhos...
        Já tivemos oportunidade de assistir  ao nosso conterrâneo nos programas da Hebe Camargos, no Jô e no Serginho Groissmann  .
Aqui da terrinha, só podemos bater palmas para os dois musicistas dorenses: Dr. Fábio e seu filho Ricardo.
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            Dores do Indaiá, 24 de fevereiro de 2014.


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