sexta-feira, 2 de maio de 2014


ESCOLA NORMAL

Maria

 

 

MARIA DE LOURDES LAMOUNIER, poeta e escritora, uma das glórias de nossas Letras! Ela nasceu e passou parte da infância em Estrela do Indaiá, quando seus pais risidiram lá – Levindo Affonso Lamounier  e Dona Ana Moura Lamounier(dorense)

A família é toda voltada para as Artes. D. Ana publicou um livro delicadíssimo, PÁSSAROS AZUIS, dedicado aos filhos.

Dentre eles, destaco, Terezinha, que já publicou RESPINGOS DE HISTÓRIA, sobre FRUTAL, cidade onde ela criou raízes afetivas.

Celina Lamounier D’Alessandro, poeta de destaque, em Brasília, onde viveu grande parte de sua vida e onde faleceu.

Bolívar Lamounier, o conhecido cientista político, cujo Conversa em Família é verdadeiro estudo da história sociológica dos diversos lugares por onde andou, puxando as raízes do sobrenome LAMOUNIER...

Em NOSSOS POETAS, coluna dedicada aos escritores dorenses, darei detalhes biográficos de todos eles.

Por hoje, fiquem com a esntrevisata da LOURDINHA LAMOUNIER, onde ela dá detalhes importantes da vida na Escola Normal!

 

 

 

 

 

Nome do(a) entrevistado(a): MARIA DE LOURDES LAMOUNIER  

Data: 13 de Março de 2011

1 – Em que período você estudou na Escola Normal?

Estudei em Dores do Indaiá durante 5 anos:

1936 e 1937 – Curso de Adaptação

1938/1939/1940 – Curso Normal

2 – Lembra-se dos nomes dos Professores?    

Lembro-me dos Professores:

Curso de Adaptação:

Português – Dona Galdina Costa

Francês -

Matemática – Dona Zilá Lacerda

Canto Coral – Dona Maria Rita

Geografia e História – Dona Anita Silveira

Educação Física – Dona Palmira Lobo

Ciências - 

Trabalhos Manuais – Dona Jacira Dufles

Socialização – Dona Iracema Dufles

Aulas de Biblioteca – Dona Filomena Moura, Dona Nice Moura

Diretor da Escola – Dr. Edgard Fiúza

Curso Normal:

Português – Dr. Eurípedes Campo Vaz de Melo

Francês - 

Matemática – Prof. João Neves

Canto –

Geografia e História – Prof. Waldemar Barbosa

Educação Física – Prof. Nice Moura e Prof. Não entendi Bernardes

Ciências Físicas e Químicas-Laboratório – Dr. Ovídio

Psicologia – Dr. Ovídio

Metodologia – Prof. Iracema Dufles e Prof. Ester

Socialização – Prof. Iracema Dufles

Aula de Biblioteca – Professora Filomena Moura e Prof. Nice Moura

Diretor da Escola – Dr. Eurípedes Campos Vaz de Melo – Dr. José Bernardes

Secretária – D. Veva.

Havia, no meu tempo, o Curso de Aplicação, que não cheguei a fazer.

Não sei se há engano na minha relação. Lembro-me também das Professoras Alvarina Malheiros e Maria do Carmo Malheiros, mas não consegui localizá-las.

3 – Como era a disciplina?

A disciplina era ótima. Professores e alunas observavam o “Regulamento da Escola” sem reclamações e sem desvios. Havia Inspetores de alunos, que inspecionavam particularmente a “Entrada”, os “Intervalos”, o “Recreio” e as

“Horas Vagas”, no caso de professores não comparecerem para as aulas que lhe eram devidas.

Inspetora: Cornélia Véu e Maria Rita

Para a limpeza – Rita (nós a conhecíamos por Rita Suja. Havia também um senhor cujo nome não me lembro.

4 – Você era interna/externa?

Fui sempre aluna externa.

5 – Se foi interna, como era a vida no Internato São José?

Não fui aluna interna, não sei detalhes.

6 – Quais eram as freiras de seu tempo?

Irmã Teixeira e Irmã Balsamão. Não me recordo o nome de outras que lá estiveram durante um menor período de tempo. Às vezes, Irmã Teixeira preenchia “horas vagas”, dando aula de Religião.

7 – Lembra-se, ou teve notícias do terrível incêndio do Internato?

Lembro-me do incêndio, não tenho detalhes.

8 – Havia alunos de todas as classes sociais na Escola? E de raças diferentes?

Acredito que houvesse alunas de todas as classes sociais, aliás, naquela época, eu mesma não percebi diferenças de classes. Pagávamos mensalidades, as que podiam pagar, estudavam. Não me lembro de nenhuma colega de cor escura.

9 – Como eram admitidos os alunos na Escola Normal?

Após “Exame de Admissão”. As aprovadas matriculavam-se no 1º. Ano de Adaptação.

10 – Conte detalhes de sua vida escolar: colegas, uniformes, aulas de Educação Física, teatros.

Colegas - apenas do sexo feminino, havia 2 alunos do sexo masculino, mas não eram da minha turma, eram Olavo e Jaci.

Uniforme – saia azul, pregueada, blusa branca, uma gola azul (cabeção), com duas ????? de viés, enfeitando-a e uma gravata onde havia uma, duas ou três listas de viés, dependendo o ano do curso: uma, 1º. Ano de Adaptação; duas, 2º. Ano de Adaptação; uma, duas ou três, 1º., 2º. e 3º. Normal; uma ou duas para as alunas do Curso de Aplicação.

As aulas de Educação Física eram dadas no Galpão, ou ao ar livre ou no campo de vôlei. Quando eram dadas ao ar livre, às vezes, subíamos nas árvores e saltávamos no chão. Usávamos como uniforme de ginástica, um calão preto e uma blusa branca.

Não me lembro de teatro. Para comemorar as datas cívicas ou outras datas, era comum o que chamávamos de Auditório, onde havia palestras, dramatizações, danças, bailados, canto coral, recitativos, ou seja, falar poesias.

11 – A Escola representava que papel na Sociedade?

O ensino era ótimo. Os professores eram muito competentes, assim, alunas de cidades vizinhas, até mesmo de cidades mais distantes, estudavam na Escola Normal Dr. Francisco Campos.

12 – Um diploma de Normalista tinha significado diferente do de hoje? Por quê?

Naquela época não conhecíamos escolas de nível superior, então o diploma de Normalista era algo de muito importante.

13 – Fale sobre recreios, aulas diferentes, alunas-mestras, auditórios, teatrinhos, merendas, Horas cívicas, aulas na Biblioteca, desfiles nas comemorações, enfim, relate fatos – de qualquer natureza – que você presenciou, viveu ou observou. Esses fatos podem fazer parte de uma história diferenciada sobre o ensino de uma época.

As alunas do 3º. Ano Normal, como também as do 2º. Ano de Aplicação (alunas-mestras) preparavam-se para serem Professoras:

- assistiam as aulas dadas pelas Professoras do Curso Primário, nas Classes Anexas, faziam o relatório da aula assistida, ressaltando os pontos positivos,

como também os negativos, caso os houvesse. Ressaltavam os itens que as professoras deviam observar: imotivação, explanação da matéria, revisão e conclusão. Preparadas, elas mesmas, as alunas-mestras davam aulas. Era o estágio pedagógico.

- Eu, particularmente, adorava as aulas de Biblioteca e Desfile de 7 de Setembro, etc.

- Cada aluna levava a sua própria merenda e a comia na “Hora do Recreio”, intervalo entre dois períodos de aula.

- Nota: havia, em Dores do Indaiá, além das Escolas do Curso Primário, o GINÁSIO, destinado especialmente aos alunos do sexo masculino. Havia também o SEMINÁRIO dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora, onde os candidatos ao Sacerdócio faziam os seus estudos.

- Lembro-me de muitas colegas, como também de contemporâneos, muitos já faleceram.

- Colegas de Escola: Adélia, Adelina Lopes, Angelina Lopes, Afonsina Lopes, Dora Gouthier, Leda Olivé Diniz, Iasuia Moura, Iva Moura, Clarita França, Maria de Lourdes Gontijo, Lenita, Maria Madalena, Maria da Glória Guimarães, Rita Lopes, Celina Lamounier, Nair Praxedes, Aurora, Rita Lopes Cançado, ??? Magalhães Rosa, Lira, Jalma Costa, Maria de Lourdes Moura e Filomena Menezes.

- Nota: todos os dias, ao encerrarem as aulas do 1º. Turno (de 1 h às 12h) e antes de iniciarem as aulas do 2º. Turno (de 12h às 17h), as alunas que saíam e as que entravam, reunidas no Saguão, ao pé da escada, cantavam o Hino Nacional. Não me lembro bem, mas costumávamos cantar também os Hinos da Bandeira e da Independência.

 

 

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