ESCOLA NORMAL
Maria
MARIA DE LOURDES LAMOUNIER, poeta e
escritora, uma das glórias de nossas Letras! Ela nasceu e passou parte da
infância em Estrela do Indaiá, quando seus pais risidiram lá – Levindo Affonso
Lamounier e Dona Ana Moura
Lamounier(dorense)
A família é toda voltada para as Artes. D.
Ana publicou um livro delicadíssimo, PÁSSAROS AZUIS, dedicado aos filhos.
Dentre eles, destaco, Terezinha, que já
publicou RESPINGOS DE HISTÓRIA, sobre FRUTAL, cidade onde ela criou raízes
afetivas.
Celina Lamounier D’Alessandro, poeta de
destaque, em Brasília, onde viveu grande parte de sua vida e onde faleceu.
Bolívar Lamounier, o conhecido cientista
político, cujo Conversa em Família é verdadeiro estudo da história sociológica
dos diversos lugares por onde andou, puxando as raízes do sobrenome
LAMOUNIER...
Em NOSSOS POETAS, coluna dedicada aos
escritores dorenses, darei detalhes biográficos de todos eles.
Por hoje, fiquem com a esntrevisata da
LOURDINHA LAMOUNIER, onde ela dá detalhes importantes da vida na Escola Normal!
Nome do(a)
entrevistado(a): MARIA DE LOURDES LAMOUNIER
Data: 13 de Março
de 2011
1 – Em que período
você estudou na Escola Normal?
Estudei em Dores
do Indaiá durante 5 anos:
1936 e 1937 –
Curso de Adaptação
1938/1939/1940 – Curso
Normal
2 – Lembra-se dos
nomes dos Professores?
Lembro-me dos
Professores:
Curso de
Adaptação:
Português – Dona
Galdina Costa
Francês -
Matemática – Dona
Zilá Lacerda
Canto Coral – Dona
Maria Rita
Geografia e
História – Dona Anita Silveira
Educação Física –
Dona Palmira Lobo
Ciências -
Trabalhos Manuais
– Dona Jacira Dufles
Socialização –
Dona Iracema Dufles
Aulas de
Biblioteca – Dona Filomena Moura, Dona Nice Moura
Diretor da Escola
– Dr. Edgard Fiúza
Curso Normal:
Português – Dr.
Eurípedes Campo Vaz de Melo
Francês -
Matemática – Prof.
João Neves
Canto –
Geografia e
História – Prof. Waldemar Barbosa
Educação Física –
Prof. Nice Moura e Prof. Não entendi Bernardes
Ciências Físicas e
Químicas-Laboratório – Dr. Ovídio
Psicologia – Dr.
Ovídio
Metodologia –
Prof. Iracema Dufles e Prof. Ester
Socialização –
Prof. Iracema Dufles
Aula de Biblioteca
– Professora Filomena Moura e Prof. Nice Moura
Diretor da Escola
– Dr. Eurípedes Campos Vaz de Melo – Dr. José Bernardes
Secretária – D.
Veva.
Havia, no meu
tempo, o Curso de Aplicação, que não cheguei a fazer.
Não sei se há
engano na minha relação. Lembro-me também das Professoras Alvarina Malheiros e
Maria do Carmo Malheiros, mas não consegui localizá-las.
3 – Como era a
disciplina?
A disciplina era
ótima. Professores e alunas observavam o “Regulamento da Escola” sem
reclamações e sem desvios. Havia Inspetores de alunos, que inspecionavam
particularmente a “Entrada”, os “Intervalos”, o “Recreio” e as
“Horas Vagas”, no
caso de professores não comparecerem para as aulas que lhe eram devidas.
Inspetora:
Cornélia Véu e Maria Rita
Para a limpeza –
Rita (nós a conhecíamos por Rita Suja. Havia também um senhor cujo nome não me
lembro.
4 – Você era
interna/externa?
Fui sempre aluna externa.
5 – Se foi
interna, como era a vida no Internato São José?
Não fui aluna
interna, não sei detalhes.
6 – Quais eram as
freiras de seu tempo?
Irmã Teixeira e
Irmã Balsamão. Não me recordo o nome de outras que lá estiveram durante um
menor período de tempo. Às vezes, Irmã Teixeira preenchia “horas vagas”, dando
aula de Religião.
7 – Lembra-se, ou
teve notícias do terrível incêndio do Internato?
Lembro-me do
incêndio, não tenho detalhes.
8 – Havia alunos
de todas as classes sociais na Escola? E de raças diferentes?
Acredito que
houvesse alunas de todas as classes sociais, aliás, naquela época, eu mesma não
percebi diferenças de classes. Pagávamos mensalidades, as que podiam pagar,
estudavam. Não me lembro de nenhuma colega de cor escura.
9 – Como eram
admitidos os alunos na Escola Normal?
Após “Exame de
Admissão”. As aprovadas matriculavam-se no 1º. Ano de Adaptação.
10 – Conte
detalhes de sua vida escolar: colegas, uniformes, aulas de Educação Física,
teatros.
Colegas - apenas
do sexo feminino, havia 2 alunos do sexo masculino, mas não eram da minha
turma, eram Olavo e Jaci.
Uniforme – saia
azul, pregueada, blusa branca, uma gola azul (cabeção), com duas ????? de viés,
enfeitando-a e uma gravata onde havia uma, duas ou três listas de viés, dependendo
o ano do curso: uma, 1º. Ano de Adaptação; duas, 2º. Ano de Adaptação; uma,
duas ou três, 1º., 2º. e 3º. Normal; uma ou duas para as alunas do Curso de
Aplicação.
As aulas de
Educação Física eram dadas no Galpão, ou ao ar livre ou no campo de vôlei.
Quando eram dadas ao ar livre, às vezes, subíamos nas árvores e saltávamos no
chão. Usávamos como uniforme de ginástica, um calão preto e uma blusa branca.
Não me lembro de
teatro. Para comemorar as datas cívicas ou outras datas, era comum o que chamávamos
de Auditório, onde havia palestras, dramatizações, danças, bailados, canto
coral, recitativos, ou seja, falar poesias.
11 – A Escola
representava que papel na Sociedade?
O ensino era
ótimo. Os professores eram muito competentes, assim, alunas de cidades
vizinhas, até mesmo de cidades mais distantes, estudavam na Escola Normal Dr.
Francisco Campos.
12 – Um diploma de
Normalista tinha significado diferente do de hoje? Por quê?
Naquela época não
conhecíamos escolas de nível superior, então o diploma de Normalista era algo
de muito importante.
13 – Fale sobre
recreios, aulas diferentes, alunas-mestras, auditórios, teatrinhos, merendas,
Horas cívicas, aulas na Biblioteca, desfiles nas comemorações, enfim, relate
fatos – de qualquer natureza – que você presenciou, viveu ou observou. Esses
fatos podem fazer parte de uma história diferenciada sobre o ensino de uma
época.
As alunas do 3º.
Ano Normal, como também as do 2º. Ano de Aplicação (alunas-mestras)
preparavam-se para serem Professoras:
- assistiam as
aulas dadas pelas Professoras do Curso Primário, nas Classes Anexas, faziam o
relatório da aula assistida, ressaltando os pontos positivos,
como também os
negativos, caso os houvesse. Ressaltavam os itens que as professoras deviam
observar: imotivação, explanação da matéria, revisão e conclusão. Preparadas,
elas mesmas, as alunas-mestras davam aulas. Era o estágio pedagógico.
- Eu,
particularmente, adorava as aulas de Biblioteca e Desfile de 7 de Setembro,
etc.
- Cada aluna
levava a sua própria merenda e a comia na “Hora do Recreio”, intervalo entre
dois períodos de aula.
- Nota: havia, em
Dores do Indaiá, além das Escolas do Curso Primário, o GINÁSIO, destinado
especialmente aos alunos do sexo masculino. Havia também o SEMINÁRIO dos Padres
Sacramentinos de Nossa Senhora, onde os candidatos ao Sacerdócio faziam os seus
estudos.
- Lembro-me de
muitas colegas, como também de contemporâneos, muitos já faleceram.
- Colegas de
Escola: Adélia, Adelina Lopes, Angelina Lopes, Afonsina Lopes, Dora Gouthier, Leda
Olivé Diniz, Iasuia Moura, Iva Moura, Clarita França, Maria de Lourdes Gontijo,
Lenita, Maria Madalena, Maria da Glória Guimarães, Rita Lopes, Celina
Lamounier, Nair Praxedes, Aurora, Rita Lopes Cançado, ??? Magalhães Rosa, Lira,
Jalma Costa, Maria de Lourdes Moura e Filomena Menezes.
- Nota: todos os
dias, ao encerrarem as aulas do 1º. Turno (de 1 h às 12h) e antes de iniciarem
as aulas do 2º. Turno (de 12h às 17h), as alunas que saíam e as que entravam,
reunidas no Saguão, ao pé da escada, cantavam o Hino Nacional. Não me lembro
bem, mas costumávamos cantar também os Hinos da Bandeira e da Independência.
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