ESCOLA NORMAL
Maria
Hoje recuperei a entrevista feita com a aluna da Escola, DALVA
CLARA PEREIRA DE CARVALHO - a Dalvinha.
O apelido lhe assenta muito bem: é pequenina, miúda,
delicadinha e foi das alunas mais bonitas de seu tempo!
Além disso tudo, era muito inteligente, e filha de
tradicionais famílias dorenses: seu pai, Sr. Cherubino Lucas Pereira, já
falecido, tem o nome ligado a feitos progressistas, numa época em que o
arraizalzinho estava começando...Possuía uma grande loja, onde a população
encontrava artigos de muito bom gosta. Sua mãe, da família Melgaço, Dona Ruth,
deixou lembranças de todas as virtudes da mulher mineira.
Dalva Clara, ao lado de seu esposo, Geraldo Batista de
Carvalho, - uma falta muito sentida em Dores,- formou um casal muito simpático
na cidade, onde atuaram em todos os acontecimentos sociais.
Flávio Pereira de
Carvalho , filho do casal, continua atuando no cenário educacional, pecuário e
político da cidade.
Dalvinha foi aluna, professora em diversas escolas da cidade,
deixando grande marca de trabalho por onde passou. Ao se aposentar, exercia o
cargo de Secretária da Escola Normal, onde iniciou sua vida estudantil.
Hoje, vive em Dores do Indaiá, cercada do carinho da família
e ex-alunos.
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Entrevista: DALVA CALRA PEREIRA DE CARVALHO
Fiz o Curso
Ginasial e o Magistério na Escola Estadual Francisco Campos, numa época em que
o ensino era rigoroso – havia verdadeiro Vestibular para se conseguir uma vaga
na famosa Escola.
A disciplina era severa e os valores de como se comportar em
sociedade eram cobrados de todas as alunas, dentro e fora das aulas.
A pontualidade, o respeito aos mais velhos, tudo fazia parte
de nossa vida: a escola era uma continuação da família.
A Escola Normal era conhecida na região toda e aqui estudavam
moças de várias cidades: Abaeté, Estrela do Indaiá, Morada Nova, Bom Despacho,
Tiros e de outras cidades mais distantes. Elas ficavam no Pensionato São José,
dirigido por Freiras e que funcionava ao lado do prédio da Escola.
Os recreios eram momentos de muita descontração, onde as
colegas usufruíam do belo pátio da Escola, cheio de árvores. A Educação Física
era uma aula muito especial, com a professora Jalma Costa, que promovia grandes
festas na Quadra Esportiva. O uniforme era em estilo muito antigo, de acordo
com os costumes da época, xadrezinujo, comprido e fofado nas pernas.
Já o uniforme de aula era lindo, blusa branca, de
fustãozinho, magas compridas, cabeção estilo marinheiro, com gravatinha
indicando a série da aluna. A saia er azul marinho, pregueada e as meias
pretas, completavam o uniforme, com os sapatos também pretos.
Nos dias de desfile, usávamos luvas brancas e boina azul
marinho – era uma maravilha nossos desfile em dias festivos!
As matérias eram muitas, em especial, lembro-me das aulas de
Português, com o professor Rubens Fiúza, matemática, com D. Adélia, música com
Carmem Fiúza, História, com D. Rosa Moura e Geografia, com Sô Waldemar Barbosa.
Gostava muito das aulas de desenho e trabalhos com D. Helena Guimarães.
Ser Normalista era um
título muito especial, principalmente pela respeito que uma professora recebia
na época e pela certeza de um bom emprego: ninguém precisava se preocupar com o
futuro...
Só tenho motivos para
agradecer o tempo que passei na Escola Normal. Tudo foi excelente, deixou boas
lembranças em minha vida.
.....Dores do Indaiá, 12 de setembro de
2011.
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