sexta-feira, 9 de maio de 2014


ESCOLA NORMAL

Maria

Ainda tenho algumas entrevistas com alunas da Escola Normal, de diferentes gerações, para que a história seja contada -e conhecida- pela época que aconteceu.

MARIA JOSE DE CAMPOS  DIAS – uma grande amiga de Estrela do Indaiá. Eu não saía da casa de seus pais – Sô Aurélio Madureira e D. Orquisa Campos Madureira, casa cheia de filhos e de alegria. Lá, eu me sentia em um paraíso. Havia os pequenos, com quem eu brincava e havia as duas estudantes, com quem eu aprendia coisas maravilhosas que elas aprendiam na famosa Escola Normal, da vizinha Dores do Indaiá: Virgínia  que me deixou grande saudade, e Maria José, a entrevistada de hoje.

Além de ótima aluna da Escola, era das mais lindas moças de seu tempo. Morena, olhos lindamente verdes, um doçura nata, logo conquistou seu lugar entre os alunos.

Porém, exerceu mais eu trabalho foi em Dores do Indaiá, para onde se mudou, assim que se casou com o cirurgião-dentista, DR. DARCI DIAS, de saudosa memória. Dr. Darcy era  pessoa de inteligência brilhante que,  junto a sua esposa, Maria José, formou casal de realce em nossa sociedade.

MARIA JOSÉ, ÍCONE DE SEU TEMPO NA Escola: educada, discreta, estudiosa, soube cativar a todos que a conheceram, como estudante . Reside ainda em Dores do Indaiá,  cercada do carinho dos filhos, netos e todos os dorenses

 

 

 

 

 

Nome do(a) entrevistado(a): MARIA JOSÉ DE CAMPOS DIAS  

Data: Janeiro de 2011

1 – Em que período você estudou na Escola Normal?

Terminei no ano de 1950.

2 – Lembra-se dos nomes dos Professores?    

Professores: D. Ester Alves, Sr. João Neves, Sr. Waldemar de Almeida Barbosa, Leonardo, D. Silvia Moura, Carmen Fiúza, Jalma Costa, D. Ilda Bernardes, D. Heleninha Guimarães, José Carvalho e outros...

3 – Como era a disciplina?

A disciplina era ótima. O regulamento e as autoridades eram respeitados com rigor.

4 – Você era interna/externa?

Fui interna.

5 – Se foi interna, como era a vida no Internato São José?

A vida do internato era muito tranquila e às vezes divertida. Havia alunas de todas as cidades vizinhas mais próximas.

6 – Quais eram as freiras de seu tempo?

As freiras eram muito atenciosas e compreensivas. Irmã Mota era a Superiora, auxiliada pela Irmã Vicência, que era um “anjo de candura”, e Irmã Maria José, a pianista e outras que permaneceram por algum tempo.

7 – Lembra-se, ou teve notícias do terrível incêndio do Internato?

Lembro-me bem do incêndio que nos causou pavor, deixando muito pesar com a destruição terrível que causou.

8 – Havia alunos de todas as classes sociais na Escola? E de raças diferentes?

Todas as classes sociais eram recebidas, porém de raças diferentes não me lembro.

9 – Como eram admitidos os alunos na Escola Normal?

10 – Conte detalhes de sua vida escolar: colegas, uniformes, aulas de Educação Física, teatros.

Resposta 9 e 10:

As aulas de Educação Física eram no galpão, com uniforme próprio para ginástica e os exercícios. As colegas eram muito amigas. O uniforme era muito bonito: saia azul-marinho, pregueada, blusa branca manga comprida com punhos azuis e cadarcinhos brancos e gola azul (cabeção) com cadarcinhos. Meias compridas e sapatos pretos.

11 – A Escola representava que papel na Sociedade?

A Escola representava um papel importantíssimo na formação da juventude dorense.

12 – Um diploma de Normalista tinha significado diferente do de hoje? Por quê?

O diploma de Normalista tinha um significado diferente, porque a aluna saía da Escola com direito a ser professora.

13 – Fale sobre recreios, aulas diferentes, alunas-mestras, auditórios, teatrinhos, merendas, Horas cívicas, aulas na Biblioteca, desfiles nas comemorações, enfim, relate fatos – de qualquer natureza – que você presenciou, viveu ou observou. Esses fatos podem fazer parte de uma história diferenciada sobre o ensino de uma época

Os recreios eram feitos à sombra de belas e frondosas árvores existentes no pátio. Sentia-me feliz de ser uma aluna mestra e gostava de assistir às aulas nas Classes Anexas, principalmente nas salas de Pedrolina e Letícia.

As horas cívicas eram bem preparadas, as comemorações e os desfiles eram fantásticos.

As aulas de biblioteca muito prazerosas, fazíamos filas para ler Machado de Assis, José de Alencar, etc. 

A sala de Ciência nos causava curiosidade pela variedade de seu laboratório. 

Foi um tempo muito feliz, que guardo com muita saudade.

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Por motivo de viagem demorei a responder, pelo que peço desculpas.

Para Branca meu grande abraço.

    Maria José

 

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