SÓ MESMO EM DORES DO INDAIÁ
MARIA
Vou passar para vocês alguns causos acontecidos em Dores do Indaiá, mostrando as características de nosso povo, em tempos idos. São causos verídicos, narrados pelo grande intelectual dorense, Professor Waldemar de Almeida Barbosa, em seu livro SÓ MESMO EM DORES DO INDAIÁ. Para a estreia no meu Blog, Jeito Mineiro de Escrever, escolhi estes dois pequenos causos narrados pelo autor, com estilo leve e atraente.
Hoje em dia, a oralidade é muito valorizada para se conhecer os estilos linguísticos, sendo referência para o conhecimento da cultura de um povo. Afinal, Dores do Indaiá, cidade interiorana é rica em características do linguajar coloquial e popular. Sô Waldemar- inteligente com era - sabia disso...
JURO POR ESTA CRUZ QUE DEUS ME DEU
O Sr. Belarmino era fazenderio. homem franco, leal e decidido: era casado com D. Aureslina, mulherzinha baixa, franzina, nervosa e ciumenta.
Um dia, o Sr. Belarmino conversava com seu compadre, na porta da rua e D. Aureslina veio trazer-lhes um café. Seu Belarmino contava ao compadre que havia visto um boi que era também vaca. E o compadre não queria acreditar. Seu Belarmino insistiu: É verdade, compadre. E estendendo a mão sobre a cabeça da mulher, D. Aureslina, falou:
É verdade. Juro por esta cruz que Deus me deu!
SR. VEADO
Ele não era de Dores. Mas morava aqui há muitos anos, com sua família, vindo de uma cidade vizinha. Muito gordo tinha uma barriga descomunal, bem saliente mesmo. Lembro-me do seu apelido: Veado. Ele não se importava , porque o nome não era ofensivo: isso era anterior a esse sentido pejorativo que a palavra veio a ter. Era um apelido amistoso.
Seus filhos cursavam o primário nas Classes Anexas à Escola Normal. Mas começaram a surgir umas brigas, depois das aulas e, por isso, a diretora das Classes Anexas pediu aos pais e às mães que fossem esperar os filhos, depois das aulas; assim, se evitariam as brigas.
Às cinco horas da tarde, homens, e senhoras formavam rodas, à espera dos filhos. Nisso, uma senhora aproximou-se do Sr. Veado e perguntou, com toda naturalidade:
_ O senhor está esperando menino?
Ele deu outro sentido às palavras da senhora e respondeu assim:
_ Não, senhora, eu sou assim mesmo.
.............................................................................................................
Da próxima vez, escolherei mais causos, não só do Sô Waldemar, como de outros autores dorenses.
Espero que gostem e divulguem nossa cultura popular: ela faz parte da cultura geral de nossa gente.
Dores do Indaiá, 22 de janeiro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário