domingo, 30 de março de 2014


NOITE DE  VELAS

MARIA

 

         Tenho dois filhos do mês de março – Eduardo, no dia 11 e Paulo Emílio, no dia 31. O Ano ficou marcado pelo Eduardo – 64. O dia, pelo Paulo Emílio, o caçula .

         Como  esquecer – aqui em casa?- o mês de março, a Revolução que mudou tanta coisa em nossa história - na do Brasil e na HISTÓRIA DOS CAETAN0S GUIMARARÃES? Como?

         Essa crônica é para os dois filhos queridos.

 

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                Eu estava de neném novo – o quarto filho – Eduardo.

            Uma escadinha, de ano em ano.

            Vivíamos entre fraldas e mamadeiras, entre chazinhos e talcos. Não havia tempo para nada.

            Já era março e o BEM não havia estreado o guarda-chuva novo que lhe dei no aniversário, para enfrentar as chuvas de janeiro – mês de seu aniversário.

            O guarda-chuva era daqueles que só bastava  apertar um botãozinho... e ploft! ... abria sozinho, feito um tiro. Naquele ano, esse guarda-chuva era a maior novidade!

            Mas naquela noite de março, a chuva forte apagou a luz e nossa creche particular virou um fuá! Por isso que, mesmo no escuro, o BEM estreou o guarda –chuva que se abria sozinho. Onde já se viu passar uma note no escuro com aquela meninada miúda? O jeito foi enfrentar o toró e comprar velas, bastante velas, lá no Bazar da Fortuna, com o Moá – Moacir.

            Pronto.  Velas pela casa toda, restauramos a harmonia na creche. Os dois maiores  Ricardo Antônio e Altina Lúcia - pingavam vela quente na mão e morriam de rir das verruguinhas. Queriam, por força,  fazer pintinhas na mãozinha do neném novo, de poucos dias. E ainda havia a Ana Rita, de pouco mais de uma ano, ajudando na confusão...Foi uma peleja varar a noite... aquela noite de 31 de março!

            Dia novo, ludo lavado pela chuva forte. O BEM precisava sair e procurávamos o guarda-chuva pela casa toda

            E foi então que dei com “ele”,  - primeiro, só aparecia seu cabo, de metal, reluzente num canto, encolhido, escondido das mãos levadas dos meninos.

            O guarda-chuva novo! Lá estava ele!

            Gente, quase “quebrei o resguardo” de tanto rir.

            Ao comprar as velas, lá no Bazar da Fortuna, o balcão ficara cheinho de guardas-chuva -o BEM trocou o novo por aquele ali, velho, baselento, todo furado. No escuro, nem ele – nem ninguém – deu pela coisa...

            Foi assim que a REVOLUÇÃO DE 64 começou aqui em casa: um neném novo, uma noite sem luz, e um guarda-chuva velho e desbotado. No lugar de um novo, que dava tiro para  abrir...

            Presente de aniversário.

           

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